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Uma das formas mais tradicionais de consumirmos um vinho é acompanhando uma refeição. Apesar da atual situação econômica estar pedindo um controle de gastos, existem momentos em que nos permitimos ir a um restaurante e pedir uma garrafa de vinho. Neste instante começa o desafio de escolher um vinho que, em geral, queremos que cumpra várias exigências: agradar a todos, harmonizar com os pratos e que seja econômico. Como destrinchar este nó?

A carta de vinho é o instrumento mais comum para o cliente escolher o vinho que irá acompanhar a refeição e sua função é mostrar de forma clara e ordenada quais vinhos têm na casa.

Alguns restaurantes organizam a sua carta pela cor e estilo do vinho (espumantes, brancos, rosés, tintos e sobremesa/fortificados), outros apresentam pelo país/região de origem. Em locais onde não existe um sommelier, é comum haver uma breve descrição do vinho para ajudar o cliente a escolher sozinho.

Porém, se mesmo com estas ‘pistas’ for difícil escolher o vinho da sua refeição, aqui vão algumas dicas:

Qual a culinária do restaurante?

Esta é a dica de ouro! Prefira provar os pratos típicos do restaurante com vinhos da mesma origem. Se estiver em um restaurante italiano, nada melhor que um vinho deste país. Cozinha libanesa, pede vinhos libaneses (sim, existem vinhos libaneses e são ótimos!) e assim por diante. Existirão exceções como a culinária japonesa, pois ainda não é fácil encontrar vinhos japoneses no Brasil, então o recurso será a harmonização (veja abaixo).

Você prefere o Novo Mundo ou Velho Mundo?

Velho Mundo, são os países com longa tradição na produção de vinho (em geral europeus) tais como Espanha, França, Itália, Alemanha, Portugal. Os vinhos destes países costumam ter aromas e sabores mais sutis, com destaque para aspectos como acidez e taninos.

Já o Novo Mundo corresponde aos países com produção mais recente como a Argentina, Chile, Austrália, Nova Zelândia, Brasil, etc. Os vinhos destes locais geralmente têm sabores mais intensos, frutados e macios.

O dia está quente ou frio?

Sim, o clima pode determinar o vinho que vamos beber. Dias muito quentes geralmente pedem comidas mais leves e, para acompanhar, nada melhor que um vinho branco, rosé ou tinto leve.

Harmonização com os pratos

Tentar harmonizar de forma ideal todos pratos com um único vinho é missão quase impossível. Tente buscar vinhos com sabores e características menos marcantes para não comprometer nenhum prato. Aqui vão mais algumas dicas:

  • Pratos leves pedem vinhos leves. Pratos ricos, vinhos encorpados.
  • Procure equilibrar a intensidade de sabor do vinho com do alimento.
  • Vinhos tintos possuem taninos que ajudam a digerir carnes vermelhas.
  • Carnes delicadas, como peixe, ficam melhores se acompanhadas de vinhos igualmente delicados, em geral brancos.
  • Rosés serão boas alternativas para carnes leves, porém de sabor mais intenso como suínos ou aves.
  • Receitas picantes, como da culinária tailandesa ou indiana, podem ter o ‘ardor’ equilibrado por vinhos intensamente frutados (ex. Malbec argentino) ou com discreta doçura (ex. uva Torrontés ou brancos alemães)
  • Sushi e sashimi misturam a delicadeza dos peixes com o sabor adocicado do arroz e o salgado do shoyo. Prefira vinhos brancos, sem madeira e acidez refrescante. Ex. Vinho Verde (Portugal), Albariño (Espanha), Riesling, Sauvignon Blanc, espumantes.

Vinhos coringas

Existem alguns vinhos que são mais fáceis de agradar ao paladar de todos e podem ser usados como coringas. São eles:

O mais barato, pode sair caro

Nossa tendência pode ser buscar o vinho mais barato, mas pense que se formos beber um vinho de R$ 50 em um restaurante, ele deve ter sido comprado por menos da metade do importador (a média de margem de lucro colocada por um restaurante no Brasil é de 60 a 150% e esta margem é maior em vinhos mais econômicos). Escolher um vinho com faixa um pouco mais alta aumentará a possibilidade de tomar um produto de melhor qualidade e que, de fato, agradará a todos.

Peça indicação ao sommelier!

Se existir um sommelier ou sommelière na casa, nada melhor do que pedir indicação dele (é a mesma coisa que perguntar qual prato devemos escolher para um chef!) Eles são os maiores conhecedores dos vinhos e dos pratos do restaurante, portanto poderá indicar a melhor opção, sem necessariamente ser o de maior custo.

Arrisque!

Prove novas regiões, novos produtores, novas uvas. No restaurante achamos vinhos que ainda não conhecemos, portanto, saia da zona de conforto e prove coisas novas: certamente provará vinhos que vai gostar muito.

 

Texto por Bianca Veratti DipWSET